Nicho de Nossa Senhora Aparecida

A Basílica dedicada a Nossa Senhora Aparecida é repleta de simbolismos expressos nos pisos e nas paredes. As artes presentes em grandes painéis coloridos, com azulejos e mosaicos, foram criadas pelo artista sacro Claudio Pastro, falecido no dia 19 de outubro de 2016.

Localizado na Nave Sul temos o Trono de Nossa Senhora Aparecida está em um grande totem dourado, “vestida de Sol”, com diz a citação do livro do Apocalipse (Ap 12,1).

A imagem original encontrada no século dezessete, feita em barro paulista, está entronizada em um nicho com detalhes em pastilhas de porcelana, pintadas a ouro.

O nicho, em seu interior, possui detalhes simbólicos da ‘pesca milagrosa’, momento em que a Imagem foi encontrada pelos três pescadores, nas águas do Rio Paraíba. O retábulo tem quase 37 metros de altura. O primeiro Retábulo do Trono de Nossa Senhora foi construído em 2004, já o atual foi finalizado no dia 31 de agosto de 2011.

O vidro blindado que foi utilizado pesa 205 kg, com a colocação do Nicho da Imagem tem um peso de 500 kg. O novo Nicho é decorado com mosaicos de ouro dourado com desenhos de peixes na parte de visitação dos romeiros e ouro branco com desenhos de flores aquáticas na capela reservada.

Os mosaicos são feitos em forma irregular para que se tenha sensação de movimento, e tudo sai de Nossa Senhora e vai em sentido ao coração do povo, o dourado é mais poroso do que o ouro branco que é feito em efeito de linha.

Tragédia Religiosa

O atentado à imagem da Padroeira do Brasil aconteceu em maio de 1978 na Basílica Velha em Aparecida. Enquanto a missa das 20h era celebrada, os fiéis não poderiam imaginar que estavam prestes a vivenciar uma “tragédia religiosa”.

Durante a missa, um jovem visivelmente transtornado, avançou em direção à Santa no altar. Saltou a uma altura de dois metros até o cofre de ouro com frente de vidro onde estava a imagem. Na terceira tentativa, a força do “possesso” deixou os vidros em estilhaços e Nossa Senhora foi tirada do altar.

O homem correu até a rua e apesar de ser alcançado por um guarda, consegui lançar Nossa Senhora ao chão. A imagem quebrou em centenas de pedaços. O suspeito foi detido e tratado como doente mental.

Depois da imagem ser quebrada, a Igreja cogitou que o restauro fosse no Vaticano, mas o trabalho acabou sendo feito pela artista plástica brasileira Maria Helena Chartuni, hoje com 71 anos, e que na época trabalhava no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Pouco depois da volta, a imagem passou por um novo processo de restauração. Descontente com a cor da escura da Santa, o reitor do Santuário, padre Izildo Santos, a escondeu em um quarto por vários dias seguidos para retocá-la. Alterou os traços do olho direito da Padroeira e deu a ela o tom de canela.

Abandonou Aparecida antes que percebessem a mudança e, novamente, pouco depois, Maria Helena foi chamada para ‘salvar’ a imagem de Nossa Senhora novamente.